sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Quantas Voltas Dá Meu Mundo


Rede de malha jangada de vela içada no ar

Quem não se arrisca não joga a isca

Atividade no mar

Quantas voltas dá meu mundo

Sei lá
Pasto na relva madeira de selva coberta de flor

Seja silvestre preste ou não preste

Atrai de longe o amor

Quantas voltas dá meu mundo

Sei lá
Chega domingo ninguém

na igreja não tem oração

Tudo que é santo vive de encanto

Acorde a fé irmão

Quantas voltas dá meu mundo

Sei lá
Noite de lua viola

na rua pra vida esquecer

Canto aberto verso incerto

A noite o amanhecer

Quantas voltas dá meu mundo

Sei lá
Jeito brejeiro

retrato inteiro da população

Vida sem rumo mas em resumo

Amor no coração

Quantas voltas dá meu mundo
Sei lá

Djavan

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carne viva na tela morta

O grande Tadeu Capistrano organiza um evento sobre o genial cineasta David Cronenberg aqui no Rio. São filmes (todos), curso e seminários. Chama-se "Cinema em carne viva", e tá lá no Caixa cultural. http://www.carneviva.com/ .Fui ontem a estréia com três filmes que nunca tinha visto - agora da filmografia dele só falta Fast Company, de 79. No domingo tem sessão desse! Os de ontem foram: o curta "Câmera", de 2000 e os primeiros da carreira "Stereo" (1969), filme para os devires-cientista de todos no contemporâneo, e "Crimes do futuro" ( 1970). Esse último já tinha visto uns trechos quando baixei, mas fica bem melhor na tela grande. Esses primeiros filmes mostram um Cronenberg simulando o que viria depois. Se como na entrevista de segunda-feira ao Globo, o desafio do cinema seria traduzir sensações físicas em imagens, vemos um diretor muito mais dentro das mentes, do corpo da mente, do que da carne... claro que o corpo tá lá, não ainda tão monstruoso como em "A mosca" ( minha orientadora no mestrado e querida Ieda Tucherman é uma das palestrantes do seminário e o tema dela trata dos monstros em Cronenberg entre outros tantos monstros). Tá, por exemplo, na sequencia genial e profundamente mcluhaniana ou anti-mclhuhaniana de uma espécie de antena que sai do nariz de um dos personagens de "Crimes do futuro". Ah, tem também o médico que guarda em frascos seus tumores que nascem sem cessar do seu corpo ( e tome de extensões do homem). Em entrevista a Serge Grünberg, Cronenberg explica sua referência a McLuhan, não só através do dr. O'blivion de Videodrome, mas pelo "ambiente" McLuhan na universidade de Toronto, cidade cenário dos primeiros e de vários outros filmes do diretor. Diz o Cronenberg: " Eu não frequentei as aulas de McLuhan, mas sua influência era muito grande nas décadas de 60 e 70... de repente ele era o guru as comunicações e estava em todos os programas de tv ( tradução minha, completamente livre, David Cronenberg, Intreviews with Serge Grünberg. London, 2000, p.66)

Por essas e outras a mostra é imperdível e a pergunta inevitável: O que pode um corpo???

A foto é de Videodrome. Kill your tv...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Perdi minha identidade


Perdi minha carteira de identidade... E entrei em contato com essa foto e sempre com os microcontos maravilhosos desse blog bacanérrimo http://microargumentos.blogspot.com/. A identidade sumiu mesmo... acho que é a 4ª via que corro atrás.

Porno-cinema


"At the heart of pornography is sexuality haunted by its own disappearance. "

Baudrillard

domingo, 16 de agosto de 2009

The real thing


"I know the feelingIt is the real thingThe essence of the truthThe perfect momentThat golden momentI know you feel it tooI know the feelingIt is the real thingYou can't refuse the embrace...It's like the pattern below the skinYou gotta reach out and pull it all inAnd you feel like you're too closeSo you swallow another doseThe pinnacle of happinessFilling up your soulYou don't think you can take any moreYou never wanna let goTo touch the roots of experienceThe most basic ingredientsTo see the unseen glitter of lifeAnd feel the dirt, grief, anger and strifeCherish the certainly of nowIt kills you a bit at a timeCradle the inspirationIt will leave you writhing on the floor...This is so unreal, what I feelThis nourishment, life is bentInto a shape I can holdA twist of fate, all my ownJust grit your teeth, make no soundTake a step away and look aroundJust clench your fist and close your eyesLook deep inside, hypnotizeThe whisper is but a shoutThat's what it is all aboutYes, the ecstasy, you can prayYou will never let it slip awayLike the sacred song that someone sings through youLike the flesh so warm that the thorn sticks intoLike the dream you know one day will come to lifeTry to hold on just a little longer, strongerIt's the jewel of victoryThe chasm of miseryAnd once you have bitten the coreYou will always know the flavorThe split second of divinityYou drink up the skyAll of heaven is in your armsYou know the reason whyIt's right there, all by itselfAnd what you are, there is nothing elseYou're growing a life within a lifeThe lips of wonder kiss you insideAnd when it's over the feeling remainsIt all comes down to thisThe smoke clears, I see what it isThat made me feel this way...This is so unreal, what I feelFlood, sell your soul, feel the bloodPump through your veins, can't explainThe element that's everythingJust clench your fist and close your eyesLook deep inside, hypnotizeYes, the ecstasy, you can prayYou will never let it slip awayLike the echoes of your childhood laughter, ever afterLike the first time love urged you to take it's guidance, in silenceLike your heartbeat when you realize you're dying, but you're tryingLike the way you cry for a happy ending, ending...I know"




sexta-feira, 14 de agosto de 2009

All points between

Essa eu fiz de uma apresentação do The Light surgeons. A obra All points between (2001) é um trabalho do chamado vjing e inaugura a seção/sessão de imagens paradas do cinema ao vivo e em eterno movimento. A expriência é sobre um contato imediato. "You may think this is crazy..."
Vejam no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=yXxML7IssWo&feature=related



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Para Marte

Não sei como te encontrar, o que dizer.. como vai ser? Só "como vai você"
Se os pelos do meu corpo eles não param de crescer o que dizer do meu querer

Vou levando a vida por aqui e tentando o teu amor conseguir

Vou dizendo só não posso te esperar, pois meu tempo é caminho pra um lugar

Então o que posso te falar
É te espero até o dia clarear
Tendo um dia a duração
do teu olhar
do teu amar,
do teu querer
do bem querer....

Agora sei o que te dizer não é tão fácil perceber? Que esse amor nos fez parar de sofrer
Se os pelos do meu corpo esses pararam de crescer
Foi só pra continuar a dizer que eu quero você

Vamo levando a vida por aí e tentando nosso amor prosseguir
Vou dizendo vou pra sempre te esperar
Pois meu tempo é o de um filho a se criar

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Imagem-música


" A grande questão hoje, depois de todos os choques e crises que acomteram não apenas a música, mas todas as formas canônicas de arte no final do século XX é saber se a exclusão da imagem é realmente um fato que diz repeito a uma natureza ou especificidade da música ou apenas um interdito datado historicamente"

Arlindo Machado

domingo, 9 de agosto de 2009

Running...


Não fui ao Information Society, mal consegui vê-los no tenebroso Domingão. Os vocais pelo que senti estavam péssimos. .. Kurt Harland nunca foi um grande cantor e nem era muito pelo canto que eu ouvia essa sociedade... A importância da banda já tá no nome, nos timbres, na organicidade maquínica. Essa vs de Running é curiosa. Depois posto uma versão minha...


sábado, 8 de agosto de 2009

Profissão repórter


"Coração Vagabundo", de Fernando Grostein Andrade é genial! Pra quem gosta ou odeia Cateano ( eu sou fascinado), o filme é uma aula do que pode o documentário contemporâneo. Mostrando que conhece cinema, o diretor liga o filme através de diversos media: o trem, o telefone, os instrumentos. Da laços ao filme com Antonioni ( que sem uma palavra me levou ao choro, que na explicação do Caetano me fez entender um pouco mais sobre o cinema) e Almodovar. A belíssima sequencia da resposta ao Hermeto, a lembrança a Gisele Bünchen, o próprio corpo de Caetano são momentos belíssimos. As músicas aparecem como costura também. Nine out of ten tá lá, Odara, não. Graças a Deus!!! O ateísmo de Caetano, o niilismo tropicalista ( a imagem que mais ficou do filme pra mim é que a tropicália é o principal movimento da cultura brasileira- com todo o exagero possível!), a poesia baiana que tanto nos alimenta são fases de um documento da história da música brasileira

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

História(s) da comunicação


Segunda última (3/08) foi o lançamento do livro "Introdução à história da comunicação", organizado pelos amigos Pablo Laignier e Rafael Fortes (foto). Com artigos de Rogério Sacchi, Isabel Spagnolo, Andréa Vale ( foto) e um meu sobre fotografia e cinema. Um abraço a todos os envolvidos. A editora é a e-papers que lança o meu "Desconstruindo McLuhan" em outubro.