quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Um cheiro


Cimento, espiga de milho, remedio da homeopatia,
O mar inteiro é um cheiro. Tem o do casaco da tia.
As flores, os peidos... odores, Ah, e de qualquer padaria!" (Madeleines de todo dia)
E como se não bastasse o cheiro que eu não sentia...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Veritas...

O que é, portanto, a verdade? Uma multidão móvel de metáforas, de metonímias, de antropomorfismos, em resumo, uma soma de relações humanas que foram poeticamente e retoricamente alçadas, transpostas, ornadas, e que, depois de um longo uso, parecem a um povo firmes, canônicas e constrangedoras: as verdades são ilusões que nós esquecemos que o são, metáforas que foram usadas e que perderam sua força sensível, peças de moedas que perderam seu cunho e que são consideradas a partir de então não já como peças de moeda mas como metal” (Nietzsche, Sobre verdade e mentira..._

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Coleção de areia


Lendo o belíssimo Coleção de areia, do Italo Calvino.

Os textos sobre coleção, mapas e museus são um primor. Do próprio Coleção de areia:
"Mas onde a obsessão colecionista se dobra sobre si mesma
revelando o próprio fundo de egotismo é num mostruário repleto
de pastas simples de papelão amarradas por fi tas, em que,
sobre cada uma delas, uma mão feminina escreveu títulos como:
“Os homens que me agradam”; “Os homens que não me agradam”;
“As mulheres que admiro”; “Meus ciúmes”; “Meus gastos
diários”; “Minha moda”; “Meus desenhos infantis”; “Meus castelos”;
e até “Os papéis que envolviam as laranjas que comi”." (p.14, da edição da Cia das letras)