sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Wide Awake

Aproveito a pausa da gravação devido ao carnaval para escrever um pouco sobre um filme de 2006 que só fui ver agora. "Wide awake", de Alan Berliner é mais do que um filme sobre a insônia. É de querer ficar eternamente acordado (cuidando dos nossos, cuidando de si). A doença do sono é pretexto para um filme belíssimo sobre a memória, sobre os arquivos. Com tom e vocação de documentário, o longa transcende as fronteiras do real e do imaginário como todo bom filme de filmes. A bela relação (e preocupação) com o filho - talvez nossos principais arquivos - é costurada com os problemas do sono, a criatividade da noite e o veio de colecionador. Com muitas imagens de filmes clássicos e arquivos diversos, Berliner nos convida a reflexão da vida mais uma vez como filme. Tem família envolvida. Tem música do REM (Rapid eye moviment - pra quem nãosabe aquele estado do sono onde sonhamos mais freneticamente). Tem edição que é um primor. Há uma seqüência de imagens em sincronia com o relógio ( pesadelo de quem tem insônia) que me fez lembrar diversas noites em claro, que me fez lembrar as noites agitadas de outrora esperando meu bom amigo Bruno, Bruninho, Dinis, U-ru-ra-hy, Gordinho que só chegava no bar as 3 da manhã quando já quase dormíamos na mesa. (Ele queria jogar um jogo conosco!). Como todo filme, "Wide awake" nos leva para para nossas coleções, para nossos blogues, para nossos quartos, para nossas caixas. Mas nos leva pra mais: Nos leva para a nossa memória. E dela nos faz imagem...

" A memória é para nós um conjunto de imagens", Bergson

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gravando guitarras parte 2


Depois de uma discussão sobre tecnologias, estéticas e afins por e-mail com a banda, posto um comentário sobre a gravação em estúdio nos dias de hoje. Gravei as guitarras ontem e usei pela primeira vez um POD. Que maravilha... Uma pausa: Cada vez mais as bandas gravam em casa e o estúdio torna-se o locus de um novo fazer música. Nossa escolha por um estúdio voltado mais para publicidade e que mescla várias mídias num só lugar não foi proposital, mas acabou se tornando uma possibilidade interessante no nosso som.

Pela foto vocês quase observam o Wagner nosso batera num aquário. Eu gravei do lado de fora mesmo sem amp ou com todos os amps que queria via POD. Para "Este lugar" usei um VOX Ac 30, para "Farsas...", Fender e Marshall... Tudo simulado!!! Tudo real. Sonoridade é uma simulação. Dos velhos pedais analógicos, um tremolo da Guytone e um Chorus ce30 da Oliver (adquiridos meia hora antes da gravina na Pro-music), além do velho e bom Wha-Wha. Usei o do brother Jack-o, pois o meu tá fazendo uns barulhinhos. As guitarras já mencionei por aqui!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Gravando guitarras parte 1

A caminho da gravação ouço Hendrix para inspirar. Levo duas guitarras, essa da foto uma Fender americanStrato, 94 e uma SG Giannini pro Line da década de 80, um achado do brother Cristiano. Gravar guitarra é sempre um grande trabalho... Na ida compro o ingresso pro Iron e na volta escrevo mais...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

"Welcome to the machine"


A velha canção do Roger Waters, gravada com o Pink Floyd no disco de 1975 "Wish you were here", dava boas-vindas a máquina. Hoje em meio a aulas a distância, dvd's e muita simulação arranjei tempo com o Mappa de gravarmos. Tô tentando narrar um pouco dessa aventura, mas acho que uma foto narra muito mais. Essa é a primeira. Nela, o Leo nosso copy paste inteligente "aparece" operando a máquina e dando boas-vindas ao som do Mappa mundi. Na tela nossa mensagem convertida em o's e uns... Tela de telas, o blog convertido em velhos caracteres contempla a máquina: "Welcome my son, Welcome to the machine, where have you been, it's alright to know where you've been..." http://www.youtube.com/watch?v=ZB_2oIKUVks http://www.youtube.com/watch?v=FbifrXX2Ltw&feature=related

domingo, 15 de fevereiro de 2009


Dobras de uma gravação


A banda que toco, o Mappa mundi, entrou em estúdio há duas semanas. A cozinha gravamos rápido, assim como o violão. (Waguinho, Pedrão e Mau são feras demais!) . Isso já tinha postado por aqui. Tivemos que remarcar a gravação das guitarras para a próxima quarta. Durante a gravação tive algumas idéias de produção bacanas. Sempre por conta do meio. Uma delas já estava se amadurecendo e também me parece uma questão material. Dobrar tudo na música "Este lugar", que me soa como uma música de dobras. Fizemos isso com o baixo ao final. Pretendo fazer isso com as guitarras, dobrando-as...

A outra música que estamos gravando tem dobras em seu título. Como ando fascinado ( por conta do Derrida) com a questão dos nomes próprios, essa música não tem título: tem nome ( nomes). Farsas, filmes e setas que dobram. Há uma dobra incidental já por conta do guia que fizemos com a voz da Cacau: é no verso "O que não fazer" ( a letra já postei aqui há tempos). Fiz várias guitarras em casa pra essa música que nasceu de inspiração hard rock ( "In a darkened room", do grande Skid row http://www.youtube.com/watch?v=GrlXKf-d2DA&feature=related - Eu tava no meio dessa multidão em meu primeiro show grande) e se tornou quase uma canção de mpb.


A foto que posto aqui também é uma foto de dobras de nosso primeiro show no Espaço Multifoco

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nota

O final do ano foi complicado e só deu pra voltar a postar alguma coisa por aqui por esses dias. O post anterior é de uma questão que não me saía da cabeça: os hibrídos do pensamento ( particularmente Burroughs e Caetano) . A melodia saiu rápido; meio Lulu, meio Win Mertens, mas a letra foi um parto. E nessa maiêutica ouvia tropicália e lia Almoço nu. As semelhanças eram pra mim claras...

Muitas dificuldades no fim de ano como sempre. A perspectiva de entrar em estúdio - que só rolou agora ( já posto fotos assim que a banda me mandar). Os processos de seleção pro doutorado, onde mais uma vez "bati na trave", onde mais uma vez fui ver que aquilo talvez não seja mesmo pra mim. Alguns "convites" e uma necessidade: voltar a escrever por aqui. Sem obrigatoriedades, somente vicissitudes.

Nos próximos posts começo a narrar o processo de gravação do Mappa mundi. Estamos fazendo duas músicas. "Este lugar" e "Farsas, filmes e setas que dobram". Baixo e batera prontos. Viola também. Agora são as guitarras. Idéias e uma ou outra certeza...