Aproveito a pausa da gravação devido ao carnaval para escrever um pouco sobre um filme de 2006 que só fui ver agora. "Wide awake", de Alan Berliner é mais do que um filme sobre a insônia. É de querer ficar eternamente acordado (cuidando dos nossos, cuidando de si). A doença do sono é pretexto para um filme belíssimo sobre a memória, sobre os arquivos. Com tom e vocação de documentário, o longa transcende as fronteiras do real e do imaginário como todo bom filme de filmes. A bela relação (e preocupação) com o filho - talvez nossos principais arquivos - é costurada com os problemas do sono, a criatividade da noite e o veio de colecionador. Com muitas imagens de filmes clássicos e arquivos diversos, Berliner nos convida a reflexão da vida mais uma vez como filme. Tem família envolvida. Tem música do REM (Rapid eye moviment - pra quem nãosabe aquele estado do sono onde sonhamos mais freneticamente). Tem edição que é um primor. Há uma seqüência de imagens em sincronia com o relógio ( pesadelo de quem tem insônia) que me fez lembrar diversas noites em claro, que me fez lembrar as noites agitadas de outrora esperando meu bom amigo Bruno, Bruninho, Dinis, U-ru-ra-hy, Gordinho que só chegava no bar as 3 da manhã quando já quase dormíamos na mesa. (Ele queria jogar um jogo conosco!). Como todo filme, "Wide awake" nos leva para para nossas coleções, para nossos blogues, para nossos quartos, para nossas caixas. Mas nos leva pra mais: Nos leva para a nossa memória. E dela nos faz imagem...
" A memória é para nós um conjunto de imagens", Bergson
" A memória é para nós um conjunto de imagens", Bergson
2 comentários:
belíssimo, wilson. E acredito ser verdade também, "que nossos filhos são nossos principais arquivos".
Grande abraço, daquele que vocês tanto esperaram, mas que sempre chegava... e sempre chegará.
Make your choice!
A escolha são vocês! Meus arquivos, minhas memórias, meus irmãos SEMPRE!
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