terça-feira, 28 de abril de 2009

Christine (Para muitos, dos maus...)


"Para poucos e maus" é o slogan de uma campanha publicitária de um veículo que ronda a cidade... Em tempos mais que hiperestimulados, hiperconectados, lembrar Adorno e Horkheimer para refletir o quão perigosa é uma campanha como essa é tarefa de quem ainda se assusta.
"Os detalhes tornam-se fungíveis. A breve sequência de intervalos, fácil de memorizar, como mostrou a canção de sucesso; o fracasso temporário do herói, que ele sabe suportar como good sport que é; a boa palmada que a namorada recebe da mão forte do astro; sua rude reserva em face da herdeira mimada são, como todos os detalhes, clichés prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema. Confirmá-lo, compondo-o, eis aí sua razão de ser" (Max Horkheimer e Theodor Adorno (1985). Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p118)

A publicidade preocupada com a liberação que os novos meios trazem, segmenta seu discurso com os moldes da Indústria Cultural. Termo ainda indispensável para se analisar o contemporâneo, essa pérola aos poucos (e maus) ainda faz a cabeça de muitos... Sem carro, sem maldade e em meio aos muitos outros que me habitam acho que essa campanha segue a velha lógica da mídia de massa, falar [mal falar] pra muitos. E o cinema tão criticado por Adorno, já nos mostrou o que pode essas máquinas andantes...

Um comentário:

Leo Lagden disse...

W,
Outro dia estava vendo este mesmo comercial e fiquei estarrecido com o conteúdo passado.
Quanta besteira e quanta anti-informação em um spot tão pequeno...
Além de tudo, retrata a mulher como sendo interesseira.

L.