terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sutil Rohmer se foi...


Não queria que o primeiro post do ano fosse triste. E não será mesmo com o caos que impera no início desse ano nas encostas do Rio, mesmo com esse calor desanimador e mesmo com a morte do Eric Rohmer. Não será triste justamente por esse último fato. A morte é vida, é morte e vida, Claire. Entre tantos bons filmes mais antigos como "A colecionadora" e os outros cinco contos morais e o recente "A inglesa e o duque", a edição do Cahiers du Cinéma e um ativismo invejável, Rohmer era um dos poucos contadores de histórias verborrágicas que gosto no cinema. Seus filmes beiravam a exaustão de um texto tão inteligente que deixava as imagens sutis de Rohmer ainda mais lindas. Vi ontem de novo "A árvore, o prefeito e a mediateca" (1992), sem avatares, só crianças, gente de carne e osso e texto. Terminei o filme rindo e chorando, ciente de que a obra faz-lhe viver. Em tempos de eleição no Brasil ver esse filme para entender o que é direita e esquerda hoje em dia e o papel da cultura e dos ecologistas é indispensável. Fique bem Rohmer...

3 comentários:

Leo Lagden disse...

Ele estará bem, pois cumpriu bem o seu papel.

Estava só esperando aparecer o post sobre ele.
Abraços do amigo

Mariana Mattos - Inspiralante disse...

Contos de verão, outono, uvas, maças
Leveza para falar de vida!

Linhas de fuga disse...

Papel de jornalista, cineasta, ativista, mas também de cultivador, de inventor de tempos e climas...