terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Música de imagens

Cada vez mais volto a me interessar pelos videoclipes. Não sei se por ter orientado no semestre passado um trabalho sobre o Michel Gondry, não sei se por ter voltado a assistir muitos vídeos. Talvez pelo desejo da realização dos vídeos prometidos ao Rizoma (que esse ano sai). Ontem pela manhã em meio a folia, consegui parar para começar a ler "Na Multidão", novo do Garcia-Roza. Espinoza, persoangem principal - inspirado no filósofo - é mais que um delegado investigativo. Espinosa é vídeo. Rápido, direto, iconográfico. Bem, mas não é dessa leitura que pretendo rapidamente traçar algumas linhas (ela fica pro término do livro, que aliás, pra variar, começou muito bem).
Zapeando a MTV, mais uma vez 0 Gondry. Desssa vez o maravilhoso "Let forever be", dos Chemical Brothers. (http://www.youtube.com/watch?v=Hmpxsk3dHaA). Cheio de imagens de imagens, o clipe com fortes elementos da vídeoarte, sabe como explorar a bateria nota 10 que marca a música. Michel Gondry é músico. Pega as linhas melódicas, as frases, o ritmo e a harmona, e as lê com imagens. Anamorfoses, planos abstratos e muita inspiração.

A noite, depois de 4 escolas desfilando sem nenhuma vocação videoclíptica, lembro de 'Romance Sentimentale' ( Sergei Eisenstein e Grigori Alexandrov, 1930). Deixo o carnaval e parto para a música de imagens. Traduzido como Sonata da primavera, esse curta é tido como um dos primeiros videoclipes. Alternando imagens profundamente sensoriais ( de uma natureza carnavalescamente viva) e uma mulher ao piano ( interpretada por Mara Griy), o curta-clipe do gênio russo é cinema que cumpre sua vocação. Ter como conteúdo a música. Ou se preferirem, como Bressane captou: " O cinema é a música da luz".

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